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1 - Pobre orquídea
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Não era noite, nem era dia
Quando vestiu bordô a fantasia
(papel-de-seda, bijuteria)
Pensou que a vida fosse
Um rosário de alegria...
Pobre orquídea se esqueceu
Das camélias exiladas sob o breu
Pobre orquídea não pôde ver
Que a fantasia não tem valia
Depois do alvorecer...
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2 - Baluarte
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Estranhamente me desejas
Em outras bocas e mal sabes
Quando advogas meus desejos
E consomes minha mocidade
Furtando assim meus próprios beijos
Em bocas que não me cabem
Ainda que mal saibas do meu apreço
Pra mim tu és um baluarte...
E se por hora impera
O batismo dessa pedra
O tempo é uma fogueira
Que a tudo subtrai
Decerto toda tristeza
Um dia esvai.
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3 - Pensando bem
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Pensando bem na vida
Suas dores, suas feridas
Mil gols perdidos
Amores, arremedos, caprichos
Pensando bem
Tudo foi vício...
Paixões se foram, anéis também
Sonhos acordaram, fez-se pó cada vintém
Pensando bem, pensando bem
Amigo é tudo o que se tem.
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4 - Desmazelo
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Atira esse lírio fora
Pra você sou noite sem aurora
Guarda então esse jasmim
Infelizmente não poderei
Guardá-lo em mim
Não se trata de recato ou medo
(desse mal eu não padeço)
Não perca tempo
Com o perfume desse cais
Para nós é tarde demais
Se bem me lembro
Um dia tudo se desfaz
O amor e seus vitrais
Há tempos...
Não olhe para trás
O amor tem seus sinais
Entendo
Só eu sei o que vivi, me vi
Em busca de outro tempo
O perfume desse cais
Para nós é tarde demais
Se bem me lembro
Um dia tudo se desfaz
O amor e seus vitrais
Há tempos.
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5 - Malícia
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Me tenha como vício
Aceite os meus de bom grado
Que o seu coração palpite, mire,
dispare sobressaltos.
Não quero nem saber
da meia-água dos teus fados
Quero o teu choro, depois o riso
Malícia de asfalto
E enquanto isso
Vou te mostrando
(desde o início)
Meu jeito hábil
Me tenha...
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6 - Santa Bárbara
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Quero colher duas rosas
Que não nascem em qualquer jardim
Uma vou levar pra Santa Bárbara
A outra vou guardar pra mim
Quero perfumar toda a casa
Alegrar-me com esse olor
Para agradecer a Santa Bárbara
Mandei fazer um andor...
Tempo se fecha sem chover
Céu relampeja sem calor
Noite se adensa sem se vê
O mais cruel torpor
A minha Santa veio dizer
A tempestade levou...
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7 - Seu chofer (acho graça)
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Eu já vi o da frente pular pra trás
Nessa lida ninguém é bom demais
Gira o mundo, o sol se põe num segundo
Bem-me-quer vagabundo
Veja o que o tempo faz...
Por isso agora eu quero dizer que não
Perdão você não me tem
Não sabe o que você quer
Eu já chorei lágrimas desse amor
Você desdenhou da dor
(tremenda meia-colher)
Então não vem que não tem vilão
Quem serve a servidão
Não sabe o que é ser mulher
Acho graça quando você sai e passa
Rindo e dizendo pra massa
Que ainda sou o seu chofer.
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8 - A ciranda que inventei
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
para Wilson Moreira
Na velha rua Mesquita
Paralela à Vila Vintém
Soltei balão tangerina
Para ver a vida ir mais além
Sob um espinheiro branco
Ouvi o pranto de alguém
Onde derramei meu canto
Sinhazinha conhece bem...
Meu relicário de lembranças
Criança eu dancei
Na tristeza e na bonança
Foi a ciranda que inventei
Retomando o fio da balança
A contradança eu pintei
Pra rever Realengo e a infância
É, pois é, foi a ciranda que inventei.
É ou não é, foi a ciranda que inventei
Diz diz, qualé, foi a ciranda que inventei.
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9 - O tempo
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
O tempo dá, morena
O tempo tira
O tempo é um orixá
O tempo vira
O tempo é lento
Nos dias de não, contratempo
É feito o pensamento
Que escorre pelas mãos
O tempo se vai
A mocidade também
O tempo é vento
O dia que vem
O ontem se foi
Um tempo depois
Talvez um amor
Um tempo pra dois
O tempo dirá, morena
O tempo apaga o tempo, morena
O tempo rodopia lento nas mãos do criador, ô ô
O tempo é que dá, morena
O mundo gira
O tempo acena
Se o tempo virar
É o tempo, é o tempo.
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10 - Balé de fogo
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Balé de fogo
Rosa encarnada
Brincos de ouro
Balança a saia
Tive por pai o deserto
Tive por mãe a navalha
Tive por filho o bolero
Tive por Deus a batalha.
Quebra quebra aqui
Quebra quebra acolá
Quero ver quem quebra
Quem vai tombar
Eu trabalho à noite
Eu trabalho na Lapa
Me chamo Maria
Maria da estrada.
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11 - Passou passou
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
O cadeado quebrou
Nosso amor faleceu
A chama se apagou
Doeu, doeu, doeu, doeu
O desamor abraçou
A ferrugem comeu
A chama se apagou
Só breu, só breu, só breu, só breu...
No cardápio das ilusões
Iguaria assim não comi
Entre sóis e violões
Um bem-te-vi, um bem-te-vi
Você foi um substantivo
Abstrato como a dor
Em verdade vos digo
Passou, passou, passou, passou.
Gravada por Lu de Oliveira - CD: 2013.
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12 - Domingo é dia
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Domingo é dia, sinhá
De passar roupa
A morena saiu pra sambar
Vai voltar rouca
A morena vai namorar
Beijar na boca
Depois que faz unha, sinhá
Não lava a louça
Menino saiu sem avisar
Não se pertube
Ele foi pra ribeira pescar
ou pro açude
Ele conhece lugar
Não se assuste
O buraco que tem lá no chão
É da bola de gude
Menino cresce
Sinhá, sinhá
Faz uma prece pra se casar
Morena sabe e oferece
Um beijo
Menino corre pro brejo
Ele não sabe beijar.
Gravada por Manu Santos
CD: Nossa Alegria – Manu Santos – Sala de som. 2011.
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13 - Já deu
(Eliane Faria e Rogério Batalha)
Foi você que tingiu de bege
As doces preces do amor
Foi você quem descartou
O unguento de um sentimento em flor...
Agora já deu e eu não quero mais
Sei que o desalento amanhã se desfaz
Agora já deu e além do mais
O feitiço da dor amanhã se esvai.
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14 - Já deu
(Eliane Faria e Rogério Batalha)
Vou mandar fazer
Vou mandar comprar
Uma saia para ela
De cetim grená
Dois metros de seda
da cor do marfim
Um punhado de renda
Importada do Benin...
Um linho ajeitado
Um corte bom de cotelê
Pra realçar seu rebolado
Um prateado de lamê
Vou mandar comprar
Vou mandar fazer
Uma saia para ela
Desfilar no Guerenguê.
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15 - Quando penso em Mangueira
(Agenor de Oliveira e Rogério Batalha)
Quando a cidade alvorece
Eu penso em Mangueira
Quando a alegria padece
Lembro-me da Estação primeira
Quando penso nas folhas secas
Que colorem meu pobre peito
Na geografia das minhas saudades
Mangueira é o maior relevo
Quando penso nas amendoeiras
Fincadas naquele chão
Lembro-me quando Dodô dizia:
Filho, nunca adorne a ingratidão.
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16 - Conheço
(Agenor de Oliveira e Rogério Batalha)
Conheço a maciez do amor
E a aspereza do maltrato
Conheço muito bem o andor
Da noite sobre o seu retrato
Conheço a alma das coisas guardadas
Os jardins que nascem pra dentro
Conheço essa lua de prata
E o arremedo desse sentimento
Conheço de longe essa paisagem
As noites viçosas do fim
Conheço toda a sua maldade
Os confetes dourados que caem de ti.
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17 - Rosa de sal
(Agenor de Oliveira e Rogério Batalha)
Rosa de sal, flor de recomeço
Nem sob o sol, eu te esqueço
Rosa de sal, veludo carmim
Ó pedra d´água, quem te fez assim?
Rosa de sal, mãe do alecrim
Rubro floral, ai de mim...
O sonho do sal é rever o mar
Sob o esporão da noite
Ele sonha com as ondas de lá
As conchas do mangue
Ouvem o mar sem fim
É por isso que o aroma da noite
Trouxe você pra mim.
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18 - Rainha do Mirante
(Roberta Nistra, Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Ynaê, ynaê, ynaê
Se eu sou filha do mar me ensina
Ynaê, janaína...
Tava pra chorar
Quando veio me valer
Quem embala o mar
É oguntê
Minha prece ouviu
Nas conchas do mar
E depois sorriu
Pôs-se a cantar:
Lampião de fé
Cerca de arame
Oloxum quem é?
Rainha do mirante.
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19 - Ewá
(Roberta Nistra e Rogério Batalha)
Quando vier o anoitecer
E a primeira estrela brilhar
Uma rainha vai surgir
Com as mãos erguidas saudando o luar
Ela é menina, rainha, mulher
Ela traz a neblina, ela tem axé
Transforma água da chuva em nuvem
Pra depois virar maré...
Ela trouxe alecrim
Ela trouxe alfazema
Lágrima-de-nossa-senhora
Pra curar filho de pemba
Ela veio de Aruanda
Numa noite de esplendor
Ewá é minha santa
Minha manta e minha flor.
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20 - Vez em quando
(Roberta Nistra e Rogério Batalha)
Vez em quando eu olho
Um pouquinho para mim
Vejo-me um tanto acuada
Vejo-me um pouco ruim
Vejo-me um tanto cismada
Com as flores do jardim
Vez em quando eu me olho
Com medo de mim...
Entre sucatas passadas
E envelopes vazios
Caminho por uma calçada
Que se alastra por todo Rio
Na noite mais alta
Ogum é meu amigo
Às vezes me aquece a alma
Às vezes é meu único abrigo.
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21 - Como Se Fosse
(Dú Basconça e Rogério Batalha)
Como se Fosse ungido
Esse amor acaricia seu revés
Fez das nuvens seu abrigo
E o ninho aos seus pés
Como se fosse ilícito
Como se fosse desabrir
De repente lhe falta o ar
Não sabe mais dormir...
Como se fosse bandido
Ele chega na ponta do pé
Furta-me os olhos feito vício
Faz de mim o que bem quer.
Gravada por Gabriela Buarque.
CD: Encontros na Lapa – Independente.
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22 - Tudo o que fiz
(Dú Basconça e Rogério Batalha)
para Edy Star
Se transpor é dar beiço na dor
eu não pestanejei
tudo que fiz
foi alumiar o escuro
sim, foi por cima de um muro
que eu me pintei
cantor de cabaré descabelado
num mafuá catimbado
impávido, eu dancei...
Não, não julgue
não fale, não pense
que essa atmosfera circense
me entorpeceu, maninha
a vida foi minha madrinha
nela eu me embriaguei...
Madrid, Rio, Bahia
você não ousaria tudo o que sonhei
boates, revistas e glitter
delírios e noites e becos
a bem da verdade eu não esqueço
tudo o que passei...
Gravada por Edy Star
CD: Encontros na Lapa – Independente.
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23 - O dia de ontem
(Dú Basconça e Rogério Batalha)
O dia de ontem não dá
Colher-de-chá pra ninguém
É a paga de quem trocar
O carinho por desdém
Quem leva o amor pro mocó
Traz no bolso a hortelã
E de si nunca terá dó
Quem celebra a luz da manhã
Quem promove o horror
Quem cultiva a cicatriz
Não sabe do vento virador
Acaricia a flor mais infeliz.
Cai a virgem e a cortesã
Cai o fraque e a cerviz
Cai a rosa e a maçã
Cai o sábio e o aprendiz.
Gravada por Oswaldo Pereira
CD: Encontros na Lapa – Independente.
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24 - Veja
(Dú Basconça e Rogério Batalha)
Veja
como desfolha o arvoredo
veja
A natureza não tem segredo
veja
Já se descora o nosso amor
que em razão do teu desapego
também desfolhou (ai...desfolhou) ...
de pau a pique e dor
se bordei a fantasia
com os paetês da poesia
aos pés do Redentor
Não deve o poeta
nem no limbo
rugir pro dissabor
pois somente a urtiga da mentira
nunca foi uma boa amiga
da luz do refletor.
Assim será o meu destino, com fé e destemor...
Gravada por Elisa addor.
CD: Encontros na Lapa – Independente.
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25 - Salete
(Dú Basconça e Rogério Batalha)
Salete, não tenho nada com sua vida
já lhe dei casa e comida
até ficamos noivos
em Paquetá
Salete, sua dor já não me interessa
faça as malas bem depressa
vê se lembra do Emplastro Sabiá
Salete, tome logo um Dorilax
depois esqueça
diga ao povo que eu perdi a cabeça
ou então que tropeçastes no penhoar
Salete, tem certas coisas que Freud não explica
Fogo morro acima e larica
amor de braguilha é pra ficar
Salete, depois de te ver naquele domingo
toda de risada com o gringo
Sigmund algum me pode curar
Gravada por Agenor de Oliveira.
CD: Encontros na Lapa - Independente.
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26 - Nega das dor
(Dú Basconça e Rogério Batalha)
Nega Dodô
Comprou uma saia rodada
Com uns detalhes em palha
De encarnada cor
Nega Dodô
Pôs nos cabelos um lírio
Com pedrinhas de acrílico
Foi sambar na Beija-flor
Nega Dodô
Com o seu broche anis de renda
Fez da noite a sua prenda
Da alegria a sua cor
Nega Dodô
Conheci lá em Mangueira
Onde tudo incendeia
Tava assim de bibelô
Nega Dodô
Comprou uma saia rodada
Com uns detalhes em palha
De encarnada cor
Nega Dodô
Pôs nos cabelos um lírio
Com pedrinhas de acrílico
Foi sambar na Beija-flor
Nega Dodô
Encantou com a sua beleza
Um terno linho azul turquesa
De gravata bordô
Nega Dodô
Se casou e com certeza
Leva vida de princesa
Pro samba não mais voltou.
Gravada por Manu Santos.CD: Encontros na Lapa
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27 - Bem cotado
(Dú Basconça e Rogério Batalha)
Você forjou, você riu, você mentiu, você brincou
Isso significa, amor, que você não tem interior
Quando na quadra da Portela a velha guarda subiu
Só você não entendeu que um partido-alto
é um batuque sólido de adeus
Você me usou e descurtiu, depois sumiu, dispersou
Você não justifica, amor, o bem de quem te criou
São vinte e dois anos de praia e eu já sei
que esse filme é assim
O mocinho sofre, o bandido foge e a vilã sai bem no fim
Foi minha escola querida
quem me ajudou a suportar
Você só deixou na avenida a desilusão pr' eu carregar
no peito
Você zombou e feriu, você fingiu, você jogou
Isso justifica, amor, você não tem interior
Quando na quadra da Portela a velha guarda subiu
Só você não entendeu que um partido-alto
é um batuque sólido de adeus
Você me usou, me iludiu, depois sorriu e decretou
Que esse meu discurso, amor, é choro de perdedor
Com vinte e dois anos de escola
eu já sei que o desfile é assim
O passista sofre, o mestre sala morre e a destaque nem aí
Foi minha escola querida quem me ajudou a suportar
Você só deixou na avenida a desilusão pr' eu carregar
E hoje não sou mais um Zé, sinta meu cheiro de alecrim
Ando bem cotado
Se você duvida se informe sobre mim
Gravada por Moacyr Luz.CD: Encontros na Lapa – Independente. 2012.
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28 - Caroço
(Dú Basconça e Rogério Batalha)
Não, a carapuça caber, não me cabe
Entre o esquema, o uso
O lusco e o fusco e a cidade
Crestado estou
Pelas chamas da curiosidade
Não, nenhum sol metafísico importa
O que há é o sol no teu umbigo
E a mesa posta
E a luz e o pus e o mangue
No teu sangue
Não, o que importa realmente é saber
Do petróleo dos teus olhos e do aroma
Subversivo de Bangu no teu
Não, nenhum sol metafísico
Possuirá tua sanha e abismo
Não está à espera
Não indaga, não medra
Que graça tem se não se rebela?
Gravada por: CD: Ah Bangu – Independente. 2007.
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29 - A Medida do Sal
(Paulinho Lêmos e Rogério Batalha)
Aprendi com a boemia
Que pode ser fatal
Acreditar na fantasia
Acabado o carnaval
E que a medida, menina
É peça fundamental
No palco, no bordado ou na vida
Há mão certa para o sal
Marinheiro de primeira
Foi brincar lá no mar-alto
Até hoje não voltou
Deve estar envergonhado
Não levei as mãos ao céu
Quando tudo terminou
Sabia até onde ia
A jurisdição do nosso amor
Eu aprendi com a boemia
O tempo certo do andor
/Muita calma nessa hora
Haja vista o Nestor
Que pôs todas as fichas na folia
E até hoje não voltou.
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30 - Aliás
(Paulinho Lêmos e Rogério Batalha)
Então escapar
do absurdo vendaval
Como meliante ou retirante nau
Depois juntar
os farelos da ilusão,
os apelos do coração
E se atirar novamente ao mar...
Se o medo não tem esperança
No fundo, quem é que pode mais?
Se De La Mancha bordou com sua lança
devaneios imortais...
É, quem foi que disse
que de nada adianta
debater-se sobre mares irreais?
Se afinal de contas
Desvarios à boca
Já alimentaram um cais, aliás.
Gravada por Paulinho Lêmos.CD: Paulinho Lemos – New Mood Jazz – Espanha 2005.
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31 - Caso Perdido
(Kinho e Rogério Batalha)
Seja você a flor que for
Não te darei meu coração
Desde que a dor marejou
Não encontrei mais afeição
A paixão não é laço de fita
Embora se faça bonita
No fundo é só desvão...
Hoje sei que a vida
É feita de despedida
Saudade e ingratidão
Jogarei n'água
Todas as núpcias passadas
Viverei com mais razão
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32 - Decúbito Dorsal
(Rogério Lopes e Rogério Batalha)
Na cabeça, no invertido e no cercado
Apostei no seu gingado
Acreditei que o negócio ia dar pé
Um apontador me bateu o recado
Que o palpite era exato
E eu podia levar fé
Fui correndo pra Edgar Romero
Pra tirar uma beca zero
Só pra te impressionar
E logo aberto o crediário
Eu malandro de Gramacho
Ainda tive que escutar
(de uma testemunha ocular)
Que ontem foste pega na madrugada
Embebida de cachaça
Em decúbito dorsal
E que toda aquela delicatesse era grupo de vedete
Descolada em mictório da Central
E eu que já fui até larápio
Pagodeiro mui versátil
Em partido-alto, coisa e tal
Apostei no jogo errado
E o destino, esse ingrato, me mandou essa real:
-Malandro, não dá flor em milharal.
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1 - Musica:
Domingo é dia
(Moacyr Luz e Rogério Batalha)
Cantora: Manu Santos
http://www.youtube.com/watch?v=qTtlvZMI4ic
http://www.youtube.com/watch?v=P3UOO5bKou0
2 - Musicas:
http://www.reverbnation.com/rogeriobatalha
http://www.myspace.com/batalhao